terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Entrevistas | We're Family # 5

E para terminar esta série de entrevistas "We're Family" nada melhor que terminar com uma pessoa que admiro muito, que adoro e que sempre achei que iria ser e é uma óptima Mãe, a minha irmã.
Mãe da M com 3 anos e do pequeno F com 3 meses é mulher, mãe, esposa, filha e irmã fantástica.

1. Foram duas gravidezes parecidas, ou completamente diferentes? 

Completamente diferentes, a primeira foi muito planeada e pensada, o que fez com que demorasse mais tempo a acontecer. Estive algum tempo sem conseguir engravidar e quando aconteceu nem queria acreditar, mas a partir desse momento considero que passei uma das fases mais saudáveis da minha vida. Adorei estar grávida, atravessava a rua e empinava a barriga para que todos vissem… Quando cheguei às 39 semanas ainda me sentia com forças para aguentar mais uns meses… Já do F. foi bem diferente, primeiro engravidei da primeira tentativa, o que foi realmente inesperado, dado o meu historial… depois começaram os enjoos, meu Deus!!! Tudo o que me diziam que achava impossível, aconteceu… andava sempre enjoada… não tinha uma barriga muito grande (talvez das  poucas semelhanças com a primeira gravidez), mas muito cedo comecei a sentir-me cansada e sofri bastante com a tão conhecida “azia” que todos dizem ser mais intensa nos últimos meses… Posso-vos dizer que a minha começou assim que os enjoos abrandaram, 3 meses e qualquer coisa e só terminou no dia em que o F. nasceu.


2. Quando e como explicaste à M. que iria ter um irmão?

Não fui eu que lhe disse, ela adivinhou… Um dia estava a vestir a M. e sem querer deu-me 
um pontapé e imediatamente pediu-me desculpa e fez um mimo na barriga acompanhada 
das palavras “tens aí um bebé, desculpa”… Fiquei “assustada” mas a partir das 12 semanas e assim que soube que tudo estava bem contei à M. que ela iria ter um irmão ou uma irmã. Há muita gente que diz que não se deve fazer devido à ansiedade criada à criança, felizmente a M. reagiu muito bem e acompanhou de forma tranquila a gravidez…

3. Ao longo dos 9 meses foste preparando-a para a vinda de mais um membro na família? 
Como?

A M. passou a fazer parte de todas as minhas rotinas enquanto grávida, desde a colocação 
do creme na barriga (era a M. que espalhava e falava com o bebé) até à participação numa consulta com ecografia. Nunca mais me esqueço que a primeira vez que viu uma ecografia disse que aquele não era o bebé, mas sim um gato… A M. teve participação activa na escolha do nome, na decoração do quarto, na compra de alguns objectos, entre outras coisas. 

4. Como foi o dia do nascimento? Como reagiu a M?

A M. já estava na escola por isso só chegou à noite quando o F. já tinha nascido. Recordo-me que vinha na maca com o F. no colo e a M. estava no colo do pai e olhou para mim de uma forma, que jamais esquecerei… Medo, ciúme e muita confusão… eram os sentimentos que transpareciam naqueles olhinhos castanhos… Mais do que o irmão estar no meu colo, acho que o facto de a mãe estar deitada e “imobilizada” a deixou petrificada e com medo… Não veio ao meu colo, não sorriu, nem quis estar perto de mim… 
Tudo mudou quando lhe expliquei que estava bem e me sentei mostrando-lhe que era a 
mesma mãe. De um momento para o outro tudo mudou e a M. voltou a ser a menina agitada e meiga de sempre. Nessa noite dormiu com a mãe e até ajudou a dar o biberão ao F. 

5. Deixavas a M. participar em alguma tarefa relacionada com o irmão?

Sim. Banho, muda de fraldas e em algumas alturas segura no biberão. 

6. Em que altura arranjava tempo para dedicar em exclusivo à M?

Sempre que posso deixo ficar o F. com alguém e vou buscar a M. à escola. Nessa altura vamos lanchar as duas e vamos às compras. Sempre que o F. está a dormir (preferencialmente ao fim de semana) brinco com a M.

7. Momento mais complicado, mais difícil de gerir (durante gravidez, ou depois do 
nascimento)

Durante a gravidez recordo apenas os momentos de maior enjoo ou desconforto e em que 
tinha de ter energia para brincar e estar com a M. quando na realidade só me apetecia 
descansar… 
Após o nascimento quando um fica doente é terrível, pois passo muito tempo sozinha com os dois e é mais complicado repartir os únicos dois braços que tenho… Às vezes sonho que sou um polvo e consigo fazer tudo :-) .

8. Como é hoje em dia o relacionamento entre os dois irmãos?

Muito saudável, a M. adora o irmão e poder tomar conta dele… Repete constantemente “sou a irmã mais velha” e por isso vou-te ajudar. 
O F. tem apenas 3 meses mas é imediata a sua reacção quando a irmã chega e fala…

9. E o amor pelos filhos reparte-se ou multiplica-se?

As duas coisas… O amor que temos reparte-se por dois, mas como cada dia que passa 
gostamos mais dos nossos filhos, então esse amor também se multiplica… 
Antes do F. nascer olhava para a M. e pensava, “nunca vou conseguir gostar tanto de outro 
filho como gosto de ti…” No entanto, e a partir do momento em que o F. nasceu percebemos que temos capacidade de amar da mesma forma, e quantos mais filhos fossem, a verdade é que o amor iria ser sempre enorme e de uma dimensão inexplicável.

10. Alguma dica para Mães de segunda viagem, não só relativamente à gravidez, como também à preparação do primeiro filho?

A naturalidade e a transparência parecem-me as boas opções… Relativamente ao filho mais velho, considero que é importante conversarmos com ele, para que entenda que algumas mudanças serão introduzidas na família (tendo-se em conta a idade da criança). Penso que cada mãe conhece bem o seu filho e por isso melhor do que ninguém saberá qual a melhor forma de conversar com ele e de partilhar com ele os novos acontecimentos. Quanto à gravidez, a experiência anterior ajuda apenas no reconhecimento de alguns sintomas e sinas, pois no restante, na minha opinião, nada muda… as ansiedades e receios são exactamente as mesmas. Estejam bem informadas mas não em demasia, o suficiente para poderem viver esta fase de forma tranquila e saudável. 

Obrigada minha querida!!!




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