sábado, 30 de junho de 2012

Amores de verão

Com estes últimos dias e calor lembrei-me da minha ( e de certeza da de muitas outras pessoas) pre adolescência e adolescência propriamente dita e mais concretamente dos longos meses de verão...sim esses eram longos quentes meses, em que as manhãs nasciam já com um calorzinho bom e as tarde tornavam-se tórridas culminando com noites fantásticas em que se respirava e cheirava verão...alguns cheiros ainda os sinto de quando em vez, mas já eu não sou uma adolescente e o tempo já não é o mesmo...
De certeza que qualquer um de nós se lembra dos típicos amores de verão...daquele rapaz que vimos pela 1ª vez na praia, ou daquele outro que fez férias nos mesmo sitio que nós...
Começa ali a primeira interacção a troca de olhares, os risinhos e depois lá havia alguém em comum ou por força das circunstâncias acabávamos por nos conhecer....então vinham as tardes infindáveis de longas e interessantes conversas (ainda que fosse a falar do periquito ou do gato...), mas tudo interessante, tudo devíamos e tínhamos que ouvir  e assimilar, pois naquele verão, naquele mês, naquela semana, naquele momento ele era a pessoa mais importante...
Tudo era motivo de conversa, tudo nos fazia sorrir e nada mais interessava...queria que as horas passassem devagar, mas elas insistiam em correr...quando terminava o dia, ou tínhamos a sorte de nos voltar a encontrar depois de jantar ou então só no dia seguinte. Então era a ansiedade, as famosas borboletas no estômago, a perda de apetite, o pensamento longe mas focado apenas numa pessoa...
No reencontro seguinte procurávamos uma evidencia, algo que nos indicasse que do outro lado havia um interesse semelhante...fosse ele um convite para ir molhar os pés, o nos oferecer uma conchinha da praia com que brincava enquanto falava...mas tudo era importante para nós, ainda que pudesse nada querer dizer....e depois de longas conversas, de dias de conversas lá tínhamos as amigas a mandar as boquinhas, a "massacrar-nos" com perguntas do género "mas tu gostas dele?" "mas confessa lá..." e lá acabávamos por confessar que sentíamos qualquer coisinha...e as nossas verdadeiras amigas tornavam-se as nossas aliadas e compinchas informando-nos de tudo e mais alguma coisa....
Finalmente chegava o dia, ainda que nem sempre acontecesse, em que ele decidia e nos dava um beijo... ficávamos estarrecidas encantadas, mas ainda mais apaixonadas, tinham era já passado muitas semanas e o verão ia-se esgotando...
E quando terminava prometia-se juras de amor, que nos voltávamos a encontrar, íamos cumprindo, mas o tempo encarregava-se também de nos ir afastando quer física, quer mentalmente...e como a maioria dos amores de verão la vinha uma onda e apagava-o ate ao próximo amor do próximo ano...

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